Thursday, August 31, 2006

Entrevista capítulo três

fotos da festa














o miguel a preparar-se para a festa

Já cheguei a Lisboa

depois de aqui chegar foi fantastico sentir este calor e a pequena recepçao que nos fizeram. saiu ontem no publico um artigo sobre o nosso trabalho que muita gente leu e quis enviar me os parabens. soube bem. on«brigado a todos os que estão connosco, e que nos ajudaram. obrigado especial ao Miguel Santos da Gulbenkian UK que nos deu um apoio fantástico e que nos foi ver a Edimburgo também.

deixo aqui a terceira parte das minhas respostas à entrevista do publico.
os ultimos dias forma muito rápidos e o tempo piorou por lá. fez frio e choveu com frequencia. no ultimo dia fizemos uma festa com todos os que participaram no festival o Aurora Nova e foi muito bem o ambiente que se viveu para terminar aqueles dias. deixo aqui algumas fotos.

ainda volto aqui mais uns dias para acabar de contar algumas coisas e deixar mais uns agradecimentos.

João Garcia Miguel em lisboa, com muito calor. ufa.



Como é que insere este espectáculo no contexto do festival?

O festival não tem um contexto por assim dizer; pelo menos um contexto único: tem peças de alunos, tem um imenso número de peças de stand up comedy que é sem dúvida o género mais forte e que é mais procurado aqui, tem uma tradição enorme de aqui serem apresentadas peças de uma grande qualidade que depois entram nos circuitos institucionais; tem peças de entretenimento de todo o tipo que se consiga imaginar, desde circo, artes marciais, musicais, teatro de texto, teatro físico, alguma dança, espectáculos de terror, religiosos, etc. Nesse aspecto é uma grande salganhada, mas é também uma enorme homenagem ao espectáculo, é um pouco o Hollywood do teatro salvaguardadas as devidas distâncias, mas sente-se uma imensa dose de respeito e de carinho por uma forma de expressão artística, na qual se envolvem uma cidade inteira e artistas e promotores, público e curiosos vindos de todos os lados do planeta. É nesse aspecto como caminhar diariamente dentro de uma imensa multidão de pessoas mascaradas, que nos abordam na rua para ir ver o seu espectáculo, que andam vestidas de todas as formas mais inusitadas que nos possamos lembrar, num ambiente de festa permanente, que para nós se torna exaustivo e muito desgastante por vezes; nesse aspecto o meu espectáculo insere-se numa tradição do Fringe de apresentar espectáculos que têm uma dose de provocação e de ambição artística, que tem vindo a perder algum terreno e espaço, pelo crescente peso económico que aqui vir significa para os artistas que são os que mais investem e que mais arriscam; é comum dizer-se que nenhum artista ou grupo sai daqui com mais de dez a quinze por cento daquilo que investiu, para se ter uma noção do peso e da dificuldade que é aqui estar; mas existe ainda um espírito do fringe que é esse do risco e de mostrar espectáculos que sejam pequenas obras de arte, as quais toda a gente deseja encontrar e poder dizer aos outros que também ele lá esteve e viu; os riscos que aqui viemos correr foram esses: ou passamos de todo despercebidos ou conseguimos abrir algumas portas para que a vinda aqui seja compensadora; há nesse sentido uma grande dose de sonho e de ambição que são comuns a quase todos os espectáculos que aqui estão; por isso as críticas são tão importantes e tanta gente as faz, inclusive os espectadores; influenciar os outros é o desejo de todos, estar onde mais ninguém ainda esteve e conseguir descobrir o melhor ou uma grande obra é o apanágio deste festival; nós estamos nesse lado, na fronteira dos que arriscam, e por isso o convite do Aurora Nova, o local onde estamos foi crucial para aceitar este ano correr esse risco; é pelo facto de estarmos num dos Venues mais interessantes e com maior dose de espectáculos de uma cariz artístico e experimental, que devemos parte do nosso sucesso em termos de visibilidade exterior; estamos entre grupos de teatro e dança oriundos da Alemanha, França, Irlanda, Inglaterra, Rússia, Itália, republica Checa, Noruega e Portugal: uma enorme diversidade em termos de oferta e de géneros que atrai um público muito específico e muito especializado também; estamos num meio onde o risco e a expressão artística são altamente valorizados.

Sunday, August 27, 2006

More Reviews

More Reviews
Edfringe.com : official site of the edinburgh festival fringe
http://www.edfringe.com/reviews/read.html?id=SPECI


Additional downloads & links
Full press release
http://www.campai.be/specials/PRESS_RELEASE_SPECIAL_NOTHING.pdf

Complete dossier Special Nothing
http://www.campai.be/dossier/Special_Nothing.pdf

View online demo video
http://www.campai.be/ESPECIAL_%20NADA_DEMO.mov

UK REVIEWS:

THE STAGE

THE LIST ****

"Plentiful laughs"

"THE HERALD *****

"Special Nothing is quite simply a fabulous blast. A blast from the talismanic past, too, with Anton Skrzypiciel nesting is head inside Andy Warhol’s freak wig and inside his restless, scatter-gun thoughts and behavioural tics…Special Nothing – outstanding in every way.

Friday, August 25, 2006

Entrevista capítulo dois

foto de desenho de marylin com foto dela no fundo para video de Special Nothing

foto de ensaio em edimburgo
foto de ensaio de Burger King Lear em Montemor-o-Novo












e foto da rapariga a tocar instrumentos estranhos numa destas noites















já deixei de contar os dias que faltam para regressar a casa. montar e fazer 22 espectaculos em 25 dias é coisa nova para mim, principalmente tão longe de casa. no inicio a coisa foi mesmo dura e contava cada dia que passava. agora essa sensação desapareceu e até gostava de desacelerar o tempo, pois sinto que estes ultimos dias escorregam por nós como luz que nos toca mas que não conseguimos agarrar. sinto que todos estamos a desejar regressar mas ficam aqui alguns bons momentos. e deixar um lugar para ir para outro lugar tem sempre um pouco de partida, mesmo que seja um regresso a casa.

hoje tive um convite para participar numa exposição em novembro próximo numa galeria aqui em edimburgo. fiquei contente. muito contente mesmo pois o reconhecimento, ainda que pequeno do nosso trabalho é sempre uma força para continuar. senti o desejo imediato de ir fazer coisas, de ir pintar ou escrever.

tivemos um espectaculo brilhante e de dia para dia as coisas estão a correr melhor. o publico aplaude com gozo no final. são muito tocantes as pequenas conversas e opiniões que trocamos com alguns espectadores a seguir a cada apresentação. cada dia nos dizem coisas diferentes e aprendo a ver o espectáculo sobre um novo prisma. estar aqui tem sido para mim uma aprendizagem e o manter vivo a minha ambição como criador, separando-me das pequenas misérias que todos temos, dando ao meu trabalho uma outra vertigem, uma outra nova dimensão. gostava na realidade de ter tido casas cheias, mas isso está um pouco fora de controle, mas temos cada dia mais um pouco de publico, que sabe o que vem ver, vem porque alguém lhe falou no espectáculo, e vem com um sentido crítico muito vivo.

hoje tivemos os primeiros dois portugueses, a ver a peça, mãe e filho, dois madeirenses, ele está cá a trabalhar faz já um ano, ela veio visitá-lo nas férias; foi comovente, pois vieram ver-me porque uma minha aluna das Caldas da Rainha, da ESAD, a Cátia lhes disse que estávamos aqui; trouxeram um DVD onde o filme Um Tiro no Escuro e pediram-me a mim e ao miguel que o autografassemos. foi um momento particularmente doce que vou recordar.

como prometido aqui vou deixar a segunda pergunta, que a jornalista Joana Gorjão Henriques me fez e que penso vai servir de base a uma entrevista no publico. se alguém vir essa entrevista entretanto guarde me o jornal se faz favor, pois aqui não é possível encontrar O Público; e não tenho acesso à net sobre as notícias que saem pois agora o publico online é pago.

a pergunta da Joana:

Como está a reagir o público?

a minha resposta:

Em Edimburgo neste momento estão a decorrer vários festivais ao mesmo tempo e por isso a quantidade de promotores e de público que aqui acorre é imenso e sem qualquer capacidade de ser explicado sem cá estar. É uma cidade invadida por turistas, em quantidades industriais; no primeiro domingo do Festival foi organizado um dia especial num parque da cidade em se calcula que estiveram duzentas mil pessoas a assistir a espectáculos nessa manha e nessa tarde mais todos os outros que se passavam na cidade. Os públicos que aqui temos são diferentes do público português na sua generalidade. Há muitas pessoas muito bem informadas, mas a maioria procura espectáculos de entretenimento puro; é por isso que a comédia tem um papel tão relevante no Festival; é mesmo juntamente como a música o tipo de espectáculo que mais público tem; nós estamos num espaço que nos últimos seis anos tem procurado marcar uma certa diferença e aposta claramente naquilo que se chama o teatro físico, ou a dança teatro, espectáculos de um cariz mais artístico e mais inusual em termos de Festival diga-se; há quem diga mesmo que o Fringe se tornou de tal modo mainstream que existe a necessidade de voltar a existir um Fringe do Fringe para voltar a existir um festival de carácter experimental e artístico como foi a marca de qualidade que o Fringe teve em tempos; agora é um grande negócio e uma grande montra para o mundo inteiro do espectáculo; a quantidade de jornalistas e de promotores que sonham aqui encontrar uma pérola, um espectáculo inesquecível feito pelo grupo mais desconhecido e no sítio mais improvável é imensa; todos os dias temos novos jornalistas e novos promotores, vindos sabe-se lá de onde; alguns apresentam-se outros não; mas é uma sensação indescritível estar a ser observado e julgado ao mesmo tempo com uma ferocidade a que não estamos habituados, com uma frontalidade e uma ginástica muito desenvolvida em termos de crítica e de análise do que aqui se faz e se apresenta; estas qualidades estendem-se ao público que aplaude e que sai das salas coma maior arrogância e desenvoltura a que não estamos habituados em Portugal; há jornalistas, promotores, publico que vêem quatro, cinco, seis ou sete espectáculos por dia; o seu grau de exigência torna-se enorme e de grande crueza para com os artistas; nós nesse aspecto temos tido sorte, muita sorte mesmo posso dizer; não temos tido o público que desejávamos, pelo menos em quantidade, e isso é importante, pois a bilheteira é o único meio de cobrir parte das enormes despesas que os grupos têm, mas temos tido um número crescente de espectadores, que pensamos vêm atraídos pela onda de boca à boca que se tem criado pela qualidade do espectáculo que aqui estamos a apresentar. A qualidade do espectáculo tem vindo a aumentar de dia para dia, pois os dois actores que aqui estão comigo, são sem dúvida dos melhores com quem tenho trabalhado: tanto o Anton Skrypiciel, como o Miguel Borges têm vindo a criar uma cumplicidade, que com o número de espectáculos que temos feito, tem vindo a ser o ponto forte da nossa apresentação aqui. Isto aliado aos ensaios que estamos a fazer da nova peça sobre o Rei Lear, tem vindo a dar-lhes uma profundidade, que acho ser aí que reside a fantástica reacção que estamos a ter aos nossos espectáculos; começámos quase invisíveis é certo e foi mesmo desesperante o inicio, não podemos ainda dar-nos por satisfeitos mas os últimos espectáculos têm tido um número crescente de espectadores e um numero crescente de aplausos e de menções entusiásticas no final; o número de convites e de contactos para outros espectáculos assim o parece querer confirmar; esperemos pala última semana, para ver o que nos espera.

Um abraço para Portugal

João Garcia Miguel

Thursday, August 24, 2006

Comentarios








Algumas imagens da cidade que tenho captado nos ultimos dias. tenho andado por vezes às voltas pelas ruas daqui e tirado umas imagens do aqui se passa. é muito diversa e cheia de coisas surpreendentes a cidade. nem parece que estamos em inglaterra. no outro dia a passear à noite de volta para casa ouvi uma rapariga a tocar um instrumento estranho que nunca tinha visto. um instrumento redondo em metal que parecia uma enorme panela antiga. mas estava afinada e tinha um som ao mesmo tempo de tamber e harpa celta, que deixava nas pessoas que passava um ambiente de calor intenso. foi muito curioso, pois estava frio nessa noite e arapariga que estava a tocar estava num lugar um pouco inabitual para tocar musica aquela hora, no sopé de uma enorme escadaria, mas a pouco e pouco foram-se juntando ali pessoas a ouvir aqueles sons e todos ficavamos intrigados com a intensidade daquelas notas em corropio que a rapariga percutia. por vezes passavam pessoas, casais na maior parte das vezes, que pareciam desinteressados da musica que era mais tribal, mais ritmica; mas quando ela tocava nas notas mais agudas e mais celtas, era vê-los parar e recuar um pouco para ficar a ouvi-la; estive alguns largoos minutos ali pendurado e quando deixei o local estava estranhamente feliz e mesmo sereno; foi um efeito estranho e quase sobrenatural de uma musica que me era ao mesmo tempo familiar e desconhecida, antiga e muito futurista;

num outro passseio noturno que fiz de regresso do teatro para cas, dei de caras com muitas coelhinhas pela cidade espalhadas; aqui em inglaterra estamos sempre rodeados de animais e por vezes eles invadem mesmo o centro da cidade; segue uma foto de algumas dessas coelhinhas;


uma das coisas que me parece estranho é a falta de comentarios que temos no blog, parece que ninguem tem nada para nos responder e assim fica uma espécie de estar a falar sozinho; era importante sentri que aquilo que vos escrevemos chega ou não chega a vocês; porque é melhor que nos digam qualquer coisa mesmo que seja mal do que não dizerem nada de todo; afinal é por isso que as tecnologias da comunicação existem, porque senão transfromam-se nas tecnologias da incomunicação;

a cidade de edinburgo tem qualquer coisa de encantador, de muito especial que a distingue das outras cidades que conheço em Inglaterra; é mais parecida mesmo com algumas outras imagens que guardo de cidades europeias, misturando um pouco de medieval com moderno; não é uma cidade grande nam muito pequena o que lhe dáuma qualidade de vida para os seus habitantes extraordinaria; é uma cidade rodeada de pequenas montanhas e mar, o que lhe dá uma caracter muito particular; um pouco ventosa e com um tempo sempre instavel, nunca se sabendo com o que contar; aqui têm mesmo uma anedocta sobre o tempo que diz mais ou menos que se está mau tempo espera vinte minutos que já passa; e é um pouco verdade pois ao longo do dia passa-se por momentos de calor, de frio, de vento, de chuva e novamente de calor;

Entrevista capítulo um




a Joana Gorjão Henriques, jornalista do publico escreveu-me a pedir para dar uma entrevista escrita ante ontem, que deve ser publicada no jornal O Publico num destes dias. como parte do texto vai ser cortado e tem um outro enquadramento, vou deixar aqui no nosso blog a transcrição das três perguntas que ela me fez. mas como são extensas as minhas respostas vou fazê-lo em três capitulos.

assim segue a primeira pergunta e a primeira resposta. vou acrescentar fotos de projecções video que temos feito à porta do Aurora Nova para atrair mais publico ao nosso espectáculo. temos tido mais espectadores nestes ultimos dias e um numero crescente de promotores de muitas origens diferentes. estamos a crescer em todas as dimensões. e já vendemos o espectáculo para um festival na alemanha em março de 2007. outros acordos se aguardam entretanto.

A primeira pergunta da Jornalista João Gorjão Henriques:
Como está a ser a experiência de apresentar uma peça no festival de Edimburgo? (é a primeira vez?)

A minha resposta:
Sim é a primeira vez que participo no festival Fringe de Edimburgo. Já cá tinha estado como espectador, mas como artista é a primeiríssima vez. A experiencia é muito complexa de se descrever, pois passa por diferentes estados e por distintos acontecimentos que a tornam extrema. No começo foi com preocupação e com alguma lentidão que nos fomos habituando à ideia de que estávamos no maior festival da Europa e talvez do mundo, pelo menos no que diz respeito ao número de espectáculos apresentados. A peça já não era apresentada desde Outubro do ano passado e por termos apenas umas horas de montagem foi tudo muito instável no começo. Mas na verdade as coisas estão feitas aqui para se contar com esse primeiro embate. Na verdade começámos a apresentação de espectáculos dois dias antes de o Festival oficialmente começar. Assim tivemos tempo de nos enquadrar na enorme pressão que é aqui estar a fazer espectáculos numa mesma sala com mais doze companhias. Ou seja são duas salas e seis espectáculos numa delas e sete na outra. Cada espectáculo tem direito a duas horas de ocupação da sala diariamente e nesse espaço de tempo tem de montar espectáculo, fazê-lo e depois desmontar para a próxima companhia apresentar o seu sem nenhuma falha. Nos primeiros dias até a máquina estar oleada é de loucos como se pode facilmente calcular. Foi um enorme sobressalto em que os choques emocionais e o cansaço se manifestaram por vezes. Mas depois tudo acalmou e lá começou a batalha para a divulgação do nosso espectáculo entre cerca de mais de oitocentos espectáculos diários que estão a acontecer aqui. Aí revelamos alguma inadaptação e falta de conhecimento de algumas regras do jogo, conjugado com o desconhecimento do meu trabalho por aqui, levou a que tivéssemos uma primeira semana com pouco público. Aqui convém dizer que as condições que temos comparado com a maioria das outras companhias são muito desfavoráveis para nós. Isto aliado à falta de tradição e de conhecimento da arte portuguesa por aqui, levam a olhar o nosso trabalho com alguma relutância, misturado com ignorância também sem dúvida. Mas lentamente, nesta terceira semana que se passou as coisas têm começado a correr melhor. É preciso realçar que a aposta que aqui estamos a fazer tem várias componentes e uma delas é a divulgação do meu trabalho no estrangeiro: nesse aspecto as coisas estão a correr o melhor possível que podíamos ter imaginado; estamos neste momento em conversações com três locais em Inglaterra para apresentar o espectáculo, temos um convite para Bona na Alemanha em Março do próximo ano, temos um convite para ir ao Brasil, temos um convite para ir à Coreia, não apenas para um espectáculo, mas também para apresentar parte do meu trabalho como artista plástico, nomeadamente uma serie de vídeos, tenho um convite para trabalhar com um outro artista coreano, estou a apresentar o meu trabalho a duas galerias daqui; por certo alguns destes contactos não se confirmarão mas outros devem aparecer e nesse aspecto juntamente com as excelentes críticas que temos tido estou a sentir que tem sido preciosa a vinda aqui.

um abraço para portugal

João Garcia Miguel

Friday, August 18, 2006

Noticias de edinburgh






hoje é sábado 19 e já fizemos 13 espectáculos. ainda faltam alguns. já contamos com quatro críticas muito boas em jornais e revistas da especialidade. hoje tivémos mais outra no Herald. está a correr bem o trabalho aqui. o espectáculo está de dia para dia mais consistente e melhor. o miguel criou um personagem fantástico que auxilia imenso o trabalho do Anton. a performance deles está cada dia melhor e mais apurada. acho que a repetição diária, pois só interrompemos às terças feiras, veio trazer uma qualidade ao espectáculo, que se reforça de dia para dia. é muito interessante ver esta progressão. o trabalho dos actores está cada dia que passa com mais subtilezas e não temos parádo de criar pequenas nuances que têm melhorado a representação e a profundidade dos personagens. o Anton tem tido críticas maravilhosas e sente-se no seu trabalho uma qualidade que cresce nos pequenos detalhes. um obrigado para eles os dois.

aqui dizem-nos que o que estamos a apresentar é muito experimental e que não é teatro mas sim live art; outros ficam muito impressionados com o texto e com a construção do espectáculo, dizendo que é muito inteligente e que os obriga a pensar; têm sido surpreendentes algumas das reacções do publico, com quem contactamos, pois afinal estamos num festival que se reclama de ser o fringe de um outro festival que é mais institucional, mas na realidade o fringe quer-se já tão institucional como o Festival Internacional de Edinburgo. é claro que o espectáculo que aqui trouxemos tem uma diensão de provocação que aqui se transforma emcuriosidade para alguns e numa repulsa para outros que a enunciam claramente e sem rodeios, apesar da sua natural boa educação.

no domingo passado eu e o Miguel fizemos uma instalação no Meadows parque para chamar a atenção do pessoal que encheu o parque no domingo. estiveram por ali duzentas mil pessoas e foi uma loucura ver centenas de performances e pequenos e grandes espectaculos a acontecer todos ao mesmo tempo. ficam aqui umas fotos dessa instalação. depois de tudo ter acabado e como o bruno estava preocupado que a policia ambiental aqui da cidade viesse atrás de nós por termos poluido o chão da entrada do parque estivemos todos à noite a limpar a instalação.

como sempre em portugal não querem saber de nada do que se passa connosco. temos tentado enviar informações aos jornalistas portugueses, mas até agora ninguém nos contactou. nesse aspecto é muito interessante ver a qualidade da escrita jornalistica aqui e das criticas sobre os espectaculos que aqui se passam; o sonho de qualquer jornalista é encontrar uma pérola, umespectáculo especial, num qualquer lugar escondido e promovê-lo para o mundo, levando os outros a vê-lo; nesse sentido, a genuidade da descoberta é uma das formas de atracção deste imenso festival e o peso das criticas é imenso; ter uma boa critica é muito importante; ter más críticas é devastador para a maioria dos artistas aqui presentes; e a pesar de uma certa polidez da escrita, não se pode dizer que os críticos sejam muito benvolentes, na sua maioria; este interesse é generalizado e pode-se mesmo incluir o interesse dos espectadores que escrevem com frequencia nos sites do fringe sobre os espectaculos, dando a sua opinião e procurando influenciar positiva ou negativamente os outros espectadores sobre aquilo que viram opinando sobre o que gostaram e o que odiaram;

um abraço para portugal daqui da escócia.

João Garcia Miguel




A five star review in Herald today

Special Nothing; at Aurora Nova at St Stephen's until Aug 28 (except Tues 22).

MARY BRENNAN

Special Nothing is quite simply a fabulous blast. A blast from the talismanic past, too, with Anton Skrzypiciel nesting his head inside Andy Warhol's freak wig and inside his restless, scatter-gun thoughts and behavioural tics. The title refers to the TV show that Warhol always wanted to make, but didn't. A show where those who were famous for nothing, beyond being famous, would roll up to be interviewed, even though they had nothing to say worth listening to.As a concept, it's chilling in its prescience and would, no doubt, find a niche on the screen today. It's also the inspired springboard for a fascinating window into creative processes and what constitutes "art". Writer/director Joao Garcia Miguel pays genuine homage to Warhol, and his observational insights, by having Skrzypiciel first appear as a performer in search of a show. And, since he can never come up with any ideas of his own, why not try inhabiting the personna of some-one who made his own public life a performance? Wig on, and Skrzypiciel erupts into full wah-wah, blah-blah mode. The anecdotes flow, the manipulative temper reaches shrieking pitch – Miguel Borges's patient heightens the comedy with his deadpan efficiency – and what emerges is a sense of someone trapped, bored even, by his own projected image. Meanwhile a back wall of white boxes shows projected images – of us, of Warhol's work – in what builds into a stunning visual installation. Special Nothing – outstanding in every way.

http://www.theherald.co.uk/features/68179.html

Monday, August 07, 2006

The First Photo of The Show




passaram-se quatro espectáculos, dois primeiros em regime de apresentação e dois tipo estreia. já temos alguns fãs e a sensação de que não vai ser facil encher a sala com publico. ontem foi mesmo a premiére e começámos bem; dia a dia o espectáculo tem vindo a melhorar e já tivemos a visita de vários jornalistas e de alguns programadores de festivais; estamos ainda na expectativa do que vão escrever e se vão escrever alguma coisa. já chegou o Bruno e Tina que estão neste momento a ser os nossos promotores mais dedicados; para além do espectáculo, vamos amanhã começar ensaiar a nova peça. ontem fomos ver a peça do coregrafo norueguês Jo Stromgrem realizada em Portugal no Espaço do Tempo que se chama apropriadamente The Convent. é um trabalho muito bom, muito perfeito tecnicamente, com três extraordinárias interpretes. hoje vimos a peça do francês Didier Théron e dos russos Derevo mas não gostei assim tanto. todas as obras que vimos estão no espaço do Aurora Nova;

fomos contactados por uma jornalista portuguesa do Primeiro de Janeiro do Porto, Diana Cordeiro, que gentilmente nos entrevistou sobre o significado e a importancia para nós desta participação; penso que têm vindo outras noticias nos meios de comunicção portuguesa sobre o Fringe mas nenhuma se reporta à nossa participação aqui;

vou deixar mais algumas fotos, do miguel borges a colar autocolantes por edinburgh e a primeira foto do espectáculo, aliás a unica pois fiquei sem bateria na máquina logo de seguida; deixo ainda mais algumas fotos da cidade e do que aqui está a acontecer;

amanhã é dia de folga e não temos espectáculo, havendo um jantar oferecido pelo grupo checo que participa na mesma sala que nós; uma ocasião para confraternizar com os outros participantes;

até já

João Garcia Miguel

Saturday, August 05, 2006

The Day After





Hello My Friends

Aqui estamos nós em Edinburgh. depois da estreia ontem que foi mais uma espécie de ensaio geral as coisas começam mesmo a aquecer. sente-se na cidade um frenesim cada vez maior a crescer de dia para dia. Hoje de manhã, sábado, dei uma pequena volta pela cidade, em direcção ao nosso Venue para corrigir algumas questões técnicas com o Robert o nosso extraordinario técnico alemão recrutado à força, para fazer a operação do SPECIAL NOTHING; no meio das ruas sentia-se uma agitação crescente, com imensa gente a promover os seus espectáculos, a oferecerem bilhetes, a subirem para cima de cabines telefónicas gritando partes do texto ao mesmo tempo que alguem distribuia panfletos promocionais; é fantástico sentir o que aqui se passa, nesta celebração comum de uma arte e de uma forma de estar no mundo.

A nossa estreia foi simpatica, com poucos espectadores ainda, com alguns erros tecnicos mas o espectáculo está de boa saude e recomenda-se. O publico gostou e hoje vamos ter mais espectadores. Temos já bilhetes vendidos para quase todas as sessões, inclusivamente o ultimo dia. É muito curioso a organização e o modo de funcionar do Festival; não existe nada comparável em Portugal, porque aqui estamos a falar de uma organização que é ao mesmo tempo da cidade, do Festival, dos espaços que acolhem os grupos e dos participantes; existem pelo meio diversos Festivais e diversas organizações que colaboram para o evento, tirando partido dele ainda.

Vou deixar-vos com algumas fotos daquilo que vi, incluindo uma primeira foto tirada à porta da igreja de St. Stephens, o local onde se passam os nossos espectaculos. Vou deixar algumas outras fotos da cidade e de coisas que vi nestes primeiros dias. Vou deixar também uma foto da Marta com cabeleira a la Andy Warhol para ir distribuir auto colantes e promoção do espectáculo.

Ainda não vão ficar fotos do espectáculo, pois ainda nem tive tempo para respirar de modo a ter espaço para poder fotografar as magnificas performances do Anton e do Miguel, que agora vai fazer explodir o espectáculo de um modo diferente. A cena do Taylor como lhe chamamos em que o Miguel segura no dildo às ordens de Mr. WaWa, está a ficar cada vez mais hilariante e cheia de segundos sentidos. Eles os dois fazem uma dupla extraordinária.

Segunda feira espero poder cpmeçar a ensaiar a nova peça sobre o texto de Shakespeare, KING LEAR, o que vai ser emcionante fazê-lo aqui em Edinburgh no meio deste imenso Festival. Não podíamos ter melhor enquadramento, do que realizar grande parte dos ensaios para essa peça, do que fazê-lo aqui mesmo. Pode ser um bom começo para a carreira da peça e para voltarmos aqui no próximo ano com maior visibilidade.

Espero ainda ter tempo para ir ver as outras peças que se estão a passar pelo Aurora Nova e vir aqui copntar-vos o que se passa por lá.