Thursday, August 31, 2006

Entrevista capítulo três

fotos da festa














o miguel a preparar-se para a festa

Já cheguei a Lisboa

depois de aqui chegar foi fantastico sentir este calor e a pequena recepçao que nos fizeram. saiu ontem no publico um artigo sobre o nosso trabalho que muita gente leu e quis enviar me os parabens. soube bem. on«brigado a todos os que estão connosco, e que nos ajudaram. obrigado especial ao Miguel Santos da Gulbenkian UK que nos deu um apoio fantástico e que nos foi ver a Edimburgo também.

deixo aqui a terceira parte das minhas respostas à entrevista do publico.
os ultimos dias forma muito rápidos e o tempo piorou por lá. fez frio e choveu com frequencia. no ultimo dia fizemos uma festa com todos os que participaram no festival o Aurora Nova e foi muito bem o ambiente que se viveu para terminar aqueles dias. deixo aqui algumas fotos.

ainda volto aqui mais uns dias para acabar de contar algumas coisas e deixar mais uns agradecimentos.

João Garcia Miguel em lisboa, com muito calor. ufa.



Como é que insere este espectáculo no contexto do festival?

O festival não tem um contexto por assim dizer; pelo menos um contexto único: tem peças de alunos, tem um imenso número de peças de stand up comedy que é sem dúvida o género mais forte e que é mais procurado aqui, tem uma tradição enorme de aqui serem apresentadas peças de uma grande qualidade que depois entram nos circuitos institucionais; tem peças de entretenimento de todo o tipo que se consiga imaginar, desde circo, artes marciais, musicais, teatro de texto, teatro físico, alguma dança, espectáculos de terror, religiosos, etc. Nesse aspecto é uma grande salganhada, mas é também uma enorme homenagem ao espectáculo, é um pouco o Hollywood do teatro salvaguardadas as devidas distâncias, mas sente-se uma imensa dose de respeito e de carinho por uma forma de expressão artística, na qual se envolvem uma cidade inteira e artistas e promotores, público e curiosos vindos de todos os lados do planeta. É nesse aspecto como caminhar diariamente dentro de uma imensa multidão de pessoas mascaradas, que nos abordam na rua para ir ver o seu espectáculo, que andam vestidas de todas as formas mais inusitadas que nos possamos lembrar, num ambiente de festa permanente, que para nós se torna exaustivo e muito desgastante por vezes; nesse aspecto o meu espectáculo insere-se numa tradição do Fringe de apresentar espectáculos que têm uma dose de provocação e de ambição artística, que tem vindo a perder algum terreno e espaço, pelo crescente peso económico que aqui vir significa para os artistas que são os que mais investem e que mais arriscam; é comum dizer-se que nenhum artista ou grupo sai daqui com mais de dez a quinze por cento daquilo que investiu, para se ter uma noção do peso e da dificuldade que é aqui estar; mas existe ainda um espírito do fringe que é esse do risco e de mostrar espectáculos que sejam pequenas obras de arte, as quais toda a gente deseja encontrar e poder dizer aos outros que também ele lá esteve e viu; os riscos que aqui viemos correr foram esses: ou passamos de todo despercebidos ou conseguimos abrir algumas portas para que a vinda aqui seja compensadora; há nesse sentido uma grande dose de sonho e de ambição que são comuns a quase todos os espectáculos que aqui estão; por isso as críticas são tão importantes e tanta gente as faz, inclusive os espectadores; influenciar os outros é o desejo de todos, estar onde mais ninguém ainda esteve e conseguir descobrir o melhor ou uma grande obra é o apanágio deste festival; nós estamos nesse lado, na fronteira dos que arriscam, e por isso o convite do Aurora Nova, o local onde estamos foi crucial para aceitar este ano correr esse risco; é pelo facto de estarmos num dos Venues mais interessantes e com maior dose de espectáculos de uma cariz artístico e experimental, que devemos parte do nosso sucesso em termos de visibilidade exterior; estamos entre grupos de teatro e dança oriundos da Alemanha, França, Irlanda, Inglaterra, Rússia, Itália, republica Checa, Noruega e Portugal: uma enorme diversidade em termos de oferta e de géneros que atrai um público muito específico e muito especializado também; estamos num meio onde o risco e a expressão artística são altamente valorizados.

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